segunda-feira, 30 de abril de 2012

Conclusões sobre a reportagem do SBT


Inicialmente, entrar na Coreia do Norte é algo extremamente difícil e só é possível atravessar a fronteira pela China, por trem com viagem de aproximadamente vinte e três horas, ou com dois voos semanais que também partem do país vizinho. A maioria dos tripulantes desses voos são diplomatas e funcionários de organizações de ajuda humanitária.

Conseguir visto para a Coréia do Norte requer uma negociação árdua e quando se consegue desembarcar no país, uma prática comum do governo é a de reter os documentos e passaportes dos visitantes para serem devolvidos somente no dia da saída. Guias acompanham todos os movimentos dos turistas que, aliás, só podem frequentar os lugares determinados pelo governo e é proibido visitar uma residência ou conversar com um cidadão comum. Para um melhor controle, os guias ficam hospedados no mesmo hotel dos turistas.

Um fato interessante é que no hotel, os estrangeiros puderam contar com TV a cabo, algo proibido à população que tem acesso à apenas três canais estatais. Os livros que existem no país são quase todos escritos pelo ditador Kim Il Song, falecido em 1994, mas que é tratado quase como um Deus. Seu filho mais velho, Kim Jong-Il, assumiu o poder e ocupava todas páginas dos jornais locais em que as notícias só faziam enaltecer o governo. Os filmes produzidos naquele país, também eram cheios de pura propaganda ideológica com forte conteúdo moral.

Em Pyongyang, capital e maior cidade do país, com arquitetura influenciada pelo modelo soviético, é comum de se ver no topo dos edifícios, mensagens de incentivo ao regime e uma cidade vazia com poucos veículos circulando, todos do governo e só cedidos ao alto escalão do PTC (partido dos trabalhadores coreanos). Há também na cidade, muitos monumentos referentes à revolução comunista, sempre claro com a figura do Grande Líder Kim Il Song, um dos vário nomes dados a ele que é considerado como : Sol Eterno,Pai da Nação, Estrela da Coréia, Líder Máximo e tantos outros nomes que são associados a uma pessoa que tanto para o governo, tanto para a população, é visto como um ser onipresente e onisciente.

Existe no país uma festa popular chamada de Arirang que acontece três em três anos em que consiste num festival com alto teor político e mostra toda a disciplina do povo norte-coreano. É nessa época que a concessão de vistos fica mais flexível , porém como essa festa é realizado em um estádio, repórteres são destinados a um setor específico para serem melhor controlados. Nessa festa os trabalhadores ganham cinco dias de folga e podem levar a família. O ódio aos Estados Unidos é presente no festival, pois a presença do exército também nas apresentações tentam mostrar a todos a força, a disciplina e a devoção ao Eterno Presidente.

Quando se consegue falar com algum cidadão norte-coreano, percebe- se que se trata de alguém escolhido pelo governo e que obviamente só fará elogios ao regime. Isso nos mostra que, como os habitantes não têm acesso às notícias do resto do mundo, tudo que leem, ouvem ou veem, são desde muito cedo associadas ao Pai da Nação, Kim Il Song.

Nenhum comentário:

Postar um comentário